27/09/13

Balanço da Campanha Eleitoral em Arrifana


Delfim Silva (PSD) - Poucos estariam perto de imaginar que o candidato do PSD fosse o Delfim Silva. Todos imaginariam David Ferreira ou Delfim Ferreira. A escolha da concelhia do PSD da Feira foi genial e prova porque o PSD tem domínio nas eleições autárquicas mesmo não sendo o partido maioritário nas eleições para órgãos nacionais.
Delfim Silva desde pequeno que vive e sente o pulsar de Arrifana, essencialmente do seu associativismo e foi um dos obreiros do período dourado de Arrifana quando juntamente com o falecido Carlos Sousa esteve na Junta com Dário Matos nos seus primeiros anos de presidente e ajudou a transformar Arrifana com obras bem planeadas e estruturantes e participou activamente na dinamização do bairrismo/associativismo Arrifanense (quem se lembra dos rally papers dos Hippyes FC ou dos cortejos dos vários lugares?). Adicionalmente, Delfim Silva ajudou várias Juntas do concelho a terem um sistema de contabilidade e depois foi convidado por Alfredo Henriques para vereador e voltou a merecer a confiança para um segundo mandato onde liderou obras públicas e ambiente. Depois de uma dezena de anos fora da vida autárquica, em que restaurou o tempo com a família, trabalhou alguns anos na área comercial e continuou envolvido em associações locais, aparece agora num momento em que Arrifana precisa de alguém que possa bater à porta certa na Câmara e noutros organismos, que possa a tempo inteiro motivar e juntar as associações em torno de eventos dinamizadores, assim como o apoio social às famílias carenciadas e a conclusão de obras importantes.
Adicionalmente, Delfim Silva também foi perspicaz e arriscou tudo ao escolher um a um os membros da sua equipa pela confiança e competência em vez de seguir critérios de afinidade e ter dito directamente a David Ferreira e Delfim Ferreira que não os convidaria porque queria uma equipa nova para um novo ciclo. Delfim Silva disse ainda que não se revia em algumas das decisões do PSD nos últimos anos e que mostraria todas as contas da Junta que encontrasse para que todos saibam o ponto de partida. A outra curiosidade é a equipa que o acompanha na Junta ser de pessoas a rondar os 35 anos que já têm know-how e maturidade q.b. e têm essencialmente genica e existe uma grande união entre todos o que é difícil acontecer em listas à Junta ou a associações em que se juntam pessoas que rapidamente se percebe que não conseguirão trabalhar em conjunto.
Por último, Arrifana precisa de um presidente a tempo inteiro e Delfim Silva está aposentado com uma idade que lhe permite realizar 2 mandatos com saúde e frescura a tempo inteiro e Arrifana precisa de um presidente a tempo inteiro para receber as pessoas, andar na rua e ir à Câmara. Também já disse que abdicava do salário de presidente não só porque é reformado mas porque sabe que assim poupa 11% da despesa actual da Junta (cerca de 30 mil euros por ano) e por isso prefere receber menos da reforma do que receberia como presidente.
O debate na Radio Clube da Feira correu bem ao ser o melhor preparado e conseguiu uma boa conciliação com os outros candidatos que abre boas perspectivas a possíveis coligações em caso de não ter maioria. A reacção das pessoas na rua em especial contra algumas difamações mostram que Delfim Silva e a sua equipa são conhecidos como humildes e de confiança para uma parte significativa dos Arrifanenses.
Provavelmente muitos não esperariam tanta determinação, calma e alegria na sua campanha.

Rui Ferreira (PS) - É o outro candidato que ganhou com a campanha eleitoral. Chamou algumas pessoas novas para a equipa e sente-se outra confiança. A saída de Dário Matos implica que é agora ou nunca e o PS está a dar o máximo, com uma boa arruada no sábado a lutar taco-a-taco com o PSD no porta-a-porta e no número de pessoas presentes assim como a aposta na sede. O debate na RCF também correu bem ao optar por mostrar ideias diferentes. Em suma, se não der para vencer, Rui Ferreira e a equipa ficam bem na fotografia e quem sabe se não poderão ser o segundo pilar em caso do PSD ganhar sem maioria dado que houve um respeito nunca visto entre PSD e PS na campanha e é disso que Arrifana precisa. Os Arrifanenses também percebem que este PS que finalmente tem chama pode ser a alternativa para quem não optar por Delfim Silva.

João Pinheiro (UPA) - Ao contrário de Delfim Silva e Rui Ferreira, João Pinheiro não aumentou o seu capital de confiança com a campanha. A lista da UPA não conseguiu cativar mais votos em campanha e existe um claro afastamento entre a maioria dos Arrifanenses e João Pinheiro. A imagem deste candidato é que o que o motiva é a procura do conflito e da acusação. Depois da polémica da Escola de Manhôce, seguiu-se o ATL que causou a saída do pároco dinâmico acabado de chegar. Existem alguma pessoas com uma postura bem diferente nesta lista que contudo não são a corrente maioritária em termos de pensamento e essencialmente de postura.
Ficou claro no debate o tom constante de "bota-abaixo" tentando denegrir ao máximo Delfim Silva em vez de aproveitar o tempo para críticas construtivas e alternativas. O terceiro lugar será quase certo mas longe de Delfim Silva e Rui Ferreira.

António Belo (CDS) - Esteve bem  no debate da Radio e propôs soluções interessantes. Das boas ideias no debate, destacam-se a reabilitação da zona da Feira e a possibilidade dos funcionários da Junta poderem prestar serviços de limpeza em matos privados como fonte adicional de receita. Mantém quase a mesma equipa e com algumas boas novidades mas percebe-se que tem uma base de apoio curta para continuar a crescer em votos e dificilemnte manterá os 300 votos de 2009 pelo que a fronteira do sucesso vai ser a reeleição ou não para a Assembleia de Freguesia que poderá torná-lo de novo num elemento importante em caso de não haver maioria.

Alcino Monteiro (ND) - Foi quem saiu mais cedo para a rua e em força mas ficou-se essencialmente pelos cartazes e mais cartazes e mais cartazes que em nada condizem com o momento de contenção financeira que os cargos públicos exigem. Adicionalmente não há uma pessoa que se destaque na sua lista. Apesar de ter saído à rua com a equipa, a imagem de marca foi as suas rondas de jipe pela freguesia com o Sr. Antónia da "Fruta" de bandeira ao lado. Arrifana precisa de uma equipa forte e de quem saiba planear, liderar e mobilizar Arrifana e Alcino Monteiro dificilmente conseguirá o seu sonho de ser presidente de Junta. Primeiro candidatou-se na lista do CDS com João Pinheiro, passados 4 anos mudou-se para o PSD em que continuou a ser o mecenas nos tempos de Dário Matos, volvidos outros 4 anos entra na UPA também pela mão de João Pinheiro mas o ser nº 2 não era suficiente e eis que passados mais 4 anos é responsável pela Nova Democracia ficar conhecida em Arrifana.
Muitos também não esquecem o momento em que como presidente da Banda de Música deu uma entrevista caricata ao jornal Terras da Feira que não beneficiou a Instituição bicentenária.
Até pode ter um resultado interressante pelos votos das zonas de São Pedro e Rua e tal como António Belo precisa de conseguir cerca de 300 votos para se eleger para a Assembleia de Freguesia. Contudo, estará com certeza bem abaixo das suas expectativas iniciais.
Também foi estranho não ter aparecido no debate da Rádio.

Mário Costa (BE) -Tal como Delfim Silva e Rui Ferreira, este jovem deu-se a conhecer e percebe-se que vai continuar na política por muitos anos. Angariou gente nova e ainda apareceu na campanha e também no debate, embora tenham faltado novidades no seu programa. Passou metade do debate em modo "Louça" e recuperou bem na segunda metade ao entrar no tom conciliador da maioria e apresentar algumas ideias. Poderá ultrapassar a centena de votos o que será uma boa estreia.

Nuno Ribeiro (CDU) - Faz lembrar os comentários sobre os jogadores que entram quase ao minuto 90 em que não há nada para dizer. O candidato até é bem conhecido na sua faixa etária e respeitado, mas a verdade é que a CDU não fez campanha em Arrifana (talvez uns 3 ou 4 cartazes a dizer CDU Autárquicas). Sendo o eleitorado mais fiel, poderão pelo menos manter os 80 a 90 votos, mas esperava-se mais há 2 meses atrás.